28.7.07

Amor maduro
O amor maduro nao e menor em intensidade.
Ele e apenas silencioso.
Nao e menor em extensao.
E mais definido colorido e poetizado.
Nao carece de demonstracoes:
presenteia com a verdade do sentimento.
Nao precisa de presencas exigidas:
amplia-se com as ausencias significantes.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade sao formas trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade nao interessam ao amor maduro.
Na felicidade esta o encontro de peles,
o ficar com o gosto da boca e do cheiro do outro
esta a compreensao antecipada, a adivinhacao,
o presente de valor interior, a emocao vivida em conjunto,
os discursos silenciosos da percepcao,
o prazer de conviver, o equilibrio de carne e de espirito.
O amor maduro e a valorizacao do melhor do outro
e a relacao com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que nao morreu, mesmo tendo ficado para depois,
vive do que fermentou criando dimensoes
novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.
Ele nao pede, tem.
Nao reivindica, consegue.
Nao percebe, recebe.
Nao exige, oferece.
Nao pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.
O amor maduro cresce na verdade e se
esconde a cada auto-ilusao, basta-se com o todo do pouco.
Nao precisa e nem quer nada do muito.
Esta relacionado com a vida e por isso mesmo e incompleto,
por isso e pleno em cada ninharia por ele transformada em paraiso.
E feito de compreensao, musica e misterio.
E a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e crianca.
E o sol de outono:
nitido, mas doce.
Luminoso, sem ofuscar.
Suave, mas definido.
Discreto, mas certo.
( Arthur da Tavola )
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Postado Por Sueli Silva
Hora 17:07